Luiza Trajano “transforma” faxineiras em assessoras de marketing

sábado, 5 de novembro de 2011

Na tentativa de entender melhor as aspirações da chamada nova classe C, a empresária Luiza Trajano, fundadora e presidente da rede Magazine Luiza, transformou temporariamente três faxineiras do grupo em “assessoras de marketing”, como contou durante evento da revista britânica “ The Economist”, nesta sexta-feira em São Paulo.
“Mandei as três viajarem a Porto Seguro pela primeira vez de avião”, conta, lembrando que milhões de brasileiros que nunca usaram transporte aéreo devem ter a mesma experiência no próximo ano. “Viagem gera consumo – é um presentinho de lembrança para amiga, um tênis novo, uma roupa nova”, disse a empresária.
Foto: AE Ampliar
A empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza
Trajano disse ter ficado surpresa com o resultado. “Tem coisas que elas nem sonhavam que podem ter [no avião]. Por exemplo, não sabiam que a mala não ia junto [com o passageiro]”, disse. “Elas também disseram que tinham que revezar a janelinha, porque as três queriam ir."
Além das curiosidades, a empresária extraiu percepções importantes para o negócio. “Uma coisa que ficou clara é que elas contam tudo para as amigas. Por isso as redes sociais têm crescido tanto”, disse Trajano, que recentemente decidiu apostar na venda direta através dos sites Facebook e Orkut.
Possível ministra
Convidada pela presidenta Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Micro e Pequena Empresa, ainda a ser criado, a empresária também abordou o tema no evento da “The Economist”. Apesar de dizer que não tomou uma decisão e que evita falar sobre o assunto, ela deu a entender que focaria o trabalho no microcrédito e na formalização desse tipo de negócio, caso aceitasse a proposta.
“Sou apaixonada por micro e pequenas empresas, são elas que seguram o emprego no país”, disse. “Faço trabalhos para ajudar pedreiros e eletricistas a se formalizarem, porque isso é fundamental. O Brasil não pode ter uma lei geral que ignore as pequenas empresas, ou seja, elas não podem responder [a exigências de formalização e tributárias] da mesma forma que uma grande empresa”, afirmou.
Perguntada sobre quando daria uma resposta, a empresária tergiversou. “Se for pro bem do Brasil e pro bem da minha empresa [ou seja, se for possível ela deixar a presidência da rede sem prejuízo ao negócio], vai acontecer alguma coisa”, afirmou. “Deixa [o Governo] criar o ministério primeiro, tem gente que acha que tem muito ministério, pode ser até que nem seja criado”, disse.

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