Ponto eletrônico impacta MPEs

terça-feira, 3 de abril de 2012

 
Depois de cinco adiamentos, entrou em vigor ontem a Portaria 1.510, de 21 de agosto de 2009, que obriga as empresas a instalarem um novo modelo de relógio de ponto, com sensor de identificação óptico, para o controle eletrônico da jornada de trabalho. Apesar de a justificativa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para a aplicação da norma estar relacionada ao combate de fraudes na marcação das horas trabalhadas, representantes da indústria, comércio e serviços consultados pela reportagem são unânimes ao avaliar que a medida é complexa e desnecessária.

Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Roberto Luciano Fagundes, trata-se de uma exigência arbitrária sem garantia de sucesso. Isso porque, segundo ele, mesmo com as mudanças, o mau empresário e o mau pagador encontrarão brechas para burlar as regras e continuar fraudando a marcação. "E como se não bastasse, há um ônus nessa modificação. O empresário tem que arcar com uma medida imposta, independentemente de ela dar certo ou não", explica.

Neste sentido, conforme Fagundes, desde que o início da polêmica, as empresas já começaram a tomar as devidas providências para a adoção do sistema, arcando com os custos da nova legislação. Porém, ele destaca que as micro e pequenas empresas (MPEs) serão as mais prejudicadas.
"Atualmente, são mais de 5 milhões de empreendimentos destes portes no país. Os valores dos aparelhos variam de R$ 2 mil a R$ 10 mil, o que representa um custo alto para empresas que já têm limitado potencial para investimentos e capital de giro", argumenta.
 
A assessora jurídica da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Denielle Vieira, por sua vez, lembra que o fato de o novo sistema permitir a impressão do comprovante poderá alterar determinadas práticas da Justiça do Trabalho. Segundo ela, atualmente, quando o empregado alega excedente da jornada de trabalho, cabe ao empregador provar que não houve abuso. Com o comprovante, pode ser que o ônus da prova passe ser do empregado.

Governo anuncia medidas para fortalecer a economia


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as novas medidas do Plano Brasil Maior vão fortalecer a economia brasileira, garantir crescimento sustentado e permitir que o País enfrente problemas da economia internacional. A declaração foi feita durante discurso na cerimônia de anúncio da segunda fase do Plano Brasil Maior, em cerimônia no Palácio do Planalto, da qual participam também os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), além da presidente Dilma Rousseff.

Mantega disse que o País está com média de crescimento de 4% do PIB nos últimos anos e “podemos crescer 4,5% este ano”. Segundo ele, os emergentes também terão redução do crescimento em 2012. “O PIB da China, da Índia e da Rússia vai diminuir”, afirmou. “O Brasil será um dos poucos que vai crescer mais em 2012″, completou. De acordo com o ministro, o País está próximo do pleno emprego, mesmo com crescimento mais moderado. Mantega disse ainda que “ao final deste ano, deveremos ter dívida de 35,7% do PIB”.

Mantega não apresentou medidas novas para combater a valorização do real, mas deu um recado: mais importante que as medidas já adotadas pelo governo para conter o “tsunami cambial”, são as medidas que o governo ainda pode adotar. Segundo ele, as ações sobre o câmbio são de caráter permanente. “Temos tomado medidas frequentes e continuaremos”, afirmou.

Lojistas apostam também em outras opções para Páscoa além do chocolate

Em meio ao tradicional corre-corre atrás dos chocolates e ovos de Páscoa, outras opções também agradam o consumidor para uma das datas mais importantes do ano. Roupas e calçados, segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul, Vitor Augusto Koch, são presentes que podem despontar como uma alternativa para aqueles que estão de dieta, não gostam de doces ou até mesmo buscam reforçar o guarda-roupa para estação mais fria do ano que se aproxima.

- As promoções são atrativas nessa época e a Páscoa tem potencial para se tornar cada vez mais uma data importante para o Varejo - enfatizou Koch.

A venda desses produtos pode também ser complementar aos ovos de Páscoa, numa estratégia de não fugir da tradição dos doces, mas também não exagerar nas calorias.

A estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), é de alta nas vendas do varejo na Páscoa de 4% em relação a 2011. Apesar do otimismo o índice representa bem menos do que o conquistado no ano passado, quando as vendas cresceram 7,26%, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).